SDM Síndrome

Síndrome de Moebius

13:35:00LIFINE

Síndrome de Moebius é uma doença rara, caracterizada por comprometimento dos nervos cranianos VI e VII. Isso se traduz em uma congênita paralisia facial e muscular bilateral do olho, resultando em uma máscara facial e estrabismo convergente (Milet e Ximena, 2006). Os nervos cranianos VI são denominados Nervos Abducentes e considerados um par de nervos motor puro, um dos responsáveis para a movimentação dos olhos, da língua e acessoriamente dos músculos látero-posteriores do pescoço. Os nervos cranianos VII, são um par nervos do tipo misto, denominados Nervos Faciais, responsáveis, juntamente com alguns outros nervos, por impulsos relacionados à expressão facial e liberação de lágrimas e saliva. Fibras sensitivas são responsáveis por aspectos relacionados à gustação.
Esta malformação foi inicialmente descrita em 1880, no entanto um estudo abrangente da doença ocorreu em 1892, quando comunicando 43 casos de paralisia facial congênita e adquirida. A patogênese da doença é controverso, atribuída a associações com teratógenos e hereditários fatores são também descritos. (Milet e Ximena, 2006). Há estudos que relatam o uso de misoprostol como sendo um possível causador da síndrome, haja vista que o medicamento pode ser utilizado para fins abortivos, sem resultados satisfatórios, o bebê pode nascer com a patologia. Não existe um sistema para categorizar as várias anomalias, classificação de gravidade fenotípica, projetando protocolos de tratamento, ou a avaliação dos resultados terapêuticos. (ABRAMSON, COHEN E MULLIKEN, 1998)
• ALTERAÇÕES: Entre as alterações encontradas, estão: face em máscara ou falta de expressão facial; inabilidade para sorrir; estrabismo convergente; ausência de movimentação lateral dos olhos e do piscar; dificuldade para fechar os olhos seguidos de ressecamento da córnea; fraqueza muscular na parte superior do corpo; hipoplasia de mandíbula e de maxilar; palato alto e estreito; alterações dos dentes; alterações na fala; problemas auditivos; malformações de extremidades; miopatia primária; retardo mental; pés tortos congênitos; contratura flexora de joelhos e tornozelos.
• DIAGNÓSTICO: Baseado em testes para análise da funcionalidade dos nervos que são acometidos e observacional de acordo com as alterações relatadas, que possam estar presentes nas crianças.
• TRATAMENTO: Por apresentarem múltiplas manifestações, os portadores da síndrome deverão ser tratados por equipe multiprofissional especializada em tais casos. O tratamento deverá priorizar as diferentes necessidades físicas, cognitivas, sociais e emocionais. Dependendo das necessidades, precisarão de correção cirúrgica ortopédica (para os pés tortos) e oftalmológica (para estrabismo). Também são necessárias cirurgias para correção da polidactilia e sindactilia. Se houver alteração neurológica, necessitarão de cuidados medicamentosos por parte do neurologista. Quando bebês, enquanto não houver condições de alimentação por via oral, deverão ser alimentados por sondas e receber estimulação intra-oral, esta última realizada por fonoaudiólogo. Ainda ressalta-se o tratamento com fisioterapeuta a fim de evitar as deformidades ortopédicas; fisioterapia facial, visando melhora do quadro da paralisia, e fisioterapia neuropediátrica quando houver alterações neurológicas.

Por: Liliane da C. Santos


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